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quinta-feira, 20 de março de 2014

Juro alto favorece produto financeiro

A alta dos juros de curto prazo deve favorecer em 2014 o crescimento dos diversos produtos financeiros no segmentos de varejo e varejo alta renda que atendem pessoas físicas e pode reverter a posição de liderança em patrimônio da caderneta de poupança. Ao mesmo tempo, a expansão do número de clientes seguirá forte nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ante o crescimento menor do Sul e Sudeste. 
"O mercado está mudando, diminuiu um pouco a expansão do consumo e o brasileiro está poupando mais e procurando produtos financeiros de perfil conservador", apontou o coordenador do Comitê de Varejo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Marcos Daré. 
De acordo com os dados divulgados ontem pela Anbima, a caderneta de poupança liderou o crescimento de patrimônio das pessoas físicas alcançando R$ 597,94 milhões em 2013, um acréscimo de R$ 101,64 bilhões em relação ao ano de 2012. 
A velha caderneta superou o montante de R$ 374,23 bilhões em previdência aberta, as reservas de R$ 242 bilhões depositadas em fundos de investimentos e o volume de R$ 289,7 bilhões em produtos de tesouraria dos bancos como certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário (LCIs) e letras de crédito do agronegócios (LCAs). 
"A migração da poupança para produtos financeiros mais sofisticados já está acontecendo e vai continuar ao longo de 2014, a medida que as pessoa físicas vão percebendo que alta dos juros gera um ganho maior que a poupança", argumentou Marcos Daré. 
O coordenador do subcomitê da base de dados da Anbima, Ricardo Ayub apontou o crescimento expressivo do número de clientes pessoas físicas em produtos financeiros nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ante o crescimento menor na região Sul e a estabilidade da base no Sudeste, a mais rica do País. 
"Geograficaficamente isso é muito positivo e indica que o mercado soube identificar as oportunidades e as regiões que apresentaram o maior crescimento da renda", disse Ayub. 
Segundo o relatório, o número de clientes pessoas físicas em produtos financeiros na região Norte cresceu 10,9% para 148 mil, seguido pelo avanço de 10,6% no Nordeste para 697 mil pessoas, já a região Centro-Oeste evoluiu em 10,2% para 422 mil clientes. 
O Sul segue como a segunda região mais poupadora em volume (R$ 83,3 bilhões), mas registrou crescimento menor, de 4,7% na base, para 1,276 milhão de clientes. Já o Sudeste manteve-se na liderança em patrimônio (R$ 367,1 bilhões), mas crescimento zero em número de clientes, que ficou estacionado em 4,696 milhões. 
Quanto ao perfil do investidor pessoa física de varejo, Marcos Daré confirmou a tendência de que o brasileiro está cada vez mais conservador em seus investimentos e evitando a volatilidade da renda variável e dos preços dos ativos de renda fixa. "A participação em fundos DI [depósito interfinanceiro] que possui juros pós-fixados cresceu de 30,5% em 2012 para 38,4% em 2013". 
Daré também apontou a demanda forte por letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs) isentas de imposto de renda. "Não acredito que no curto prazo o volume vá ultrapassar o de (CDBs), a expansão das letras está limitada pelo lastro", disse. 

Fonte: DCI (21/03/14)

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